Jornal Agora, Divinópolis

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Estudo foi baseado em oitos livros apócrifos e outro analisa três religiões monoteístas; lançamento será amanhã


Da Redação


Dois livros serão lançados amanhã, a partir das 20h, no Centro Franciscano de Formação e Cultura. Jacir de Freitas Faria apresenta aos divinopolitanos as obras 'Infância apócrifa do menino Jesus' e 'Israel e Palestina em três dimensões'. Ele é frei franciscano, professor de Exegese Bíblica (ISTA-BH) e diretor geral e pedagógico dos colégios Santo Antônio e Frei Orlando, todos em Belo Horizonte.
Frei Jacir é também autor e coautor de 14 livros e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, de Roma. Além de assessor de leitura popular da Bíblia, Frei Jacir é referência no Brasil e no exterior e já teve obra traduzida para o espanhol, na leitura crítica, ecumênica e pastoral dos apócrifos do Segundo Testamento. Recentemente, publicou 'Apócrifos aberrantes, complementares e cristianismos alternativos. Poder e heresias' Antes do lançamento, às 19h, Frei Jacir celebra missa no Santuário e também fará a apresentação dos livros. Na obra ele trata dos livros apócrifos ou pseudocanônicos, escritos por comunidades cristãs e pré-cristãs, e não foram incluídos na Bíblia. Em entrevista ao JORNAL AGORA, Frei Jacir comenta sobre a temática dos livros e sobre os estudos que realizou sobre os textos apócrifos.
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J A - No livro 'Infância apócrifa do menino Jesus', o que os seus leitores vão encontrar?

Frei Jacir - Com mais este ensaio sobre a literatura apócrifa do Segundo Testamento, o sexto sobre a temática, apresento uma narrativa histórica e linear dos anos da infância do menino Jesus, do nascimento em Belém, da viagem e permanência no Egito, a volta a Israel, passando por Belém, e sua vida em Nazaré.

 

Como são as historias? Qual o perfil que o senhor definiu do menino Jesus através do livro?


São histórias de ternura e de travessuras de um menino humano e divino, recolhidas de oito livros apócrifos, analisadas e agrupadas. Uma criança exemplar, esperta, brincalhona, cheia de vida, travessa como tantas crianças do seu tempo, mas com um diferencial: ela era Deus e tudo podia, até mesmo fazer malvadezas. O menino Jesus nasceu em Belém ou em Nazaré? Essa é outra polêmica que trato nesse livro.

 

Quais os estudos foram necessários para fazer o livro?

A partir de oito livros apócrifos, os quais há mais de dez anos venho pesquisando, sobretudo os do Segundo Testamento. Apócrifo é um termo que nos remete a 140 livros que não entraram na lista dos livros inspirados, conhecidos como Bíblia ou Bíblia canônica, isto é, os livros que as tradições judaicas e cristãs consideraram como inspirados. Ela é composta de 39 livros para os judeus e 73, para os cristãos, sendo que os cristãos de tradição evangélica aceitam somente 66.

 

Como nasceu a literatura apócrifa da infância?

As narrativas apócrifas da infância nasceram no paralelo das definições do cristianismo que se tornava hegemônico, dentre tantos cristianismos ou visões de fé acerca de Jesus.